AS NOSSAS BODAS
Primeiro o Algodão em busca de um Papel para te escrever.
O Trigo nos alimentou no nosso pão de todo dia. A Cera encerou nosso assoalho protegendo o alicerce do nosso lar. A Madeira engrandeceu a casa para que houvesse Perfumes e pudéssemos ser acolhidos nos cobertores de Lã. O Cobre, tão necessário, acalentou a Cerâmica que nos foi permitida. Vieram o Estanho, o Aço, para que a Seda se transformasse em Linho. Veio também o Marfim, uma de suas cores preferidas, e tudo era simplesmente, um imenso Cristal. A pedra de Safira nunca te dei. Mas te ofertei com Rosas cheirosas, substituindo a Turqueza que não pude encontrar. E quando nos encontramos envolvidos numa colcha de Crefone, nos damos conta que ainda somos a Porcelana que nos guia para a próxima comemoração de bodas. E nas tempestades que juntos enfrentamos, pudemos nos abrigar nas forças espirituais do Zircão. A Louça ficou intacta. Jamais será quebrada enquanto cuidarmos da sua fragilidade. Quando nos deparamos com a Palha, percebemos o quanto é possível sempre seguir em frente. Nos contemplou a Opala, com a sua experiência tão vivida e tão aflorada. Afinal, são apenas vinte e quatro anos. FERNANDO VARELA
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 19/06/2017
Alterado em 19/07/2021 |