Fernando Varela

O poeta  nada mais é do que o escravo das suas próprias palavras

Textos

VERSOS INVERSOS
Os teus antigos amores, vez em quando lembrá-los.
Os teus inimigos, algumas vezes perdoá-los.
Os teus amigos, nunca esquecê-los.
As tuas buscas, simplesmente torná-las.
Ao teu silêncio, profundamente gritá-lo.
Para um breve beijo, melhor afagá-lo.
Sendo muito breve, talvez afastá-lo.
Ao teu recomeço, por que não pensá-lo?
Para a tua angústia, melhor resolvê-la.
E assim resolvendo jamais angustiá-la.
Se palavras te fartam, é hora de pronunciá-las.
Se teus olhos tanto veem por que não enxergá-las?
Uma vez que amor é cuidado, haverás de cuidá-lo.
Se cuidas tanto, por que ofegá-lo?
E tuas mãos delicadas, um belo poema haverão de desenhá-lo.
Sem que eu não tivesse mais tempo de interpretá-lo.
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 09/05/2016
Alterado em 10/05/2016


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