SER
Ser a poesia como ela nos chama, como ela nos faz sentir é ser. É ser a própria vida sem que ela não nos permita a mentira.
Ser os corpos acesos de calor intenso e ser a maresia de um mar imenso. Ser a vida, um pouco da morte que nos assusta, que nos olha cara a cara, que nos faz maltrapilho e ao mesmo tempo nos ensina a viver. Ser a paixão intensa, mesmo que a intensidade seja breve. Ser a razão de ser mesmo sem razão. Ser, simplesmente, ser. Uma intensidade ou uma saudade, mesmo que seja de um amor que prometia nunca acabar e foi diluído feito um remédio que nunca fez efeito. É preciso ser. Ser como a gente gostaria que fosse. Com ou sem segredos mas sinceramente ser. Ser o mar que nos leva pra tão longe pra que a gente possa sempre voltar. Ser o céu com todos os seus mistérios, com todas as suas estrelas, ou ser apenas um foco de luz num anoitecer. Tudo é ser. Ser é uma poesia, é viver uma poesia. Ser é ter perdão e se fazer compreensível e desesperadamente ser. Ser talvez seja a vontade absurda de querer flutuar nas espumas brancas das coisas que ainda buscamos. Ser é a poesia. E a vida toda nada mais é do que um grande poema que teimamos em acreditar, viver e ser.
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 20/11/2015
Alterado em 22/11/2017 |