Quisera fosse apenas uma quimera.
Quisera não ter tempo de partir.
Quisera mais tempo de essência.
Quisera não ter saudades e sentir saudades sempre.
Quisera mais adiante contemplar a primeira quimera.
Quisera ser planta, ser bicho, ser flora, ser fauna em todo tempo de vida.
Quisera permitir que a eternidade cubra com um manto de amor e música, as nossas vidas nas suas mais intrínsecas buscas no que nos coube a vida inteira.
Quisera, apenas hoje, fosse apenas uma quimera.
Quisera ter todo o tempo para sonhar o sonho de não existir ausências.
Quisera, ainda, buscar o fogo que não seja fátuo.
Quisera também ser a muleta da perna do vento para ter a sensação do pouso nos seus braços de mar.
Quisera a incerteza das dúvidas que nada compreende da certeza das verdades.
Quisera fosse apenas uma quimera.