Fernando Varela

O poeta  nada mais é do que o escravo das suas próprias palavras

Textos

UMA BREVE SAUDAÇÃO
Um brinde.
Um brinde à existência, força de busca, força de coragem e força de vida.
Um brinde.
Um brinde aos pais, aos filhos que têm seus destinos, aos destinos que não têm filhos e aos filhos que serão pais.
Um brinde.
Um brinde ao juízo, não ao perfeito, mas ao mais imperfeito juízo, amigo das nossas imperfeições.
Um brinde.
Um brinde aos enganos, aos tropeços e quedas angustiadas, e às feridas que quando tão machucadas sangram até esgotar-se o encharcamento.
Um brinde.
Um brinde à saúde, à dor da doença, ao desconforto, ao remédio da alma, (o amor) e à paz que crê no dia seguinte.
Um brinde.
Um brinde às reclamações de nossas estrelas, que nos reclamam estradas e mesmo assim nos vigiam sempre.
Um brinde.
Um brinde às nossas manhãs, à nossa ventura e ao nosso coração de criança, que brinda, brinca de ser velhinho, e se apaixona pela brincadeira do brinde.
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 17/07/2013
Alterado em 17/07/2013


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras