Fernando Varela

O poeta  nada mais é do que o escravo das suas próprias palavras

Textos

ESTATUTO DA ESSÊNCIA
O meu corpo e a minha alma ainda não se encontraram mas não desistiram do encontro.
Não desistiram da minha música, muito menos da minha existência.
Desistir é simplesmente ser nada. Em corpo e em espírito.
Qual seria a busca? Do corpo, do espírito, da insistência de não desistir?
De que eu possa fazer da minha vida um pequeno resumo, ou talvez um prólogo?
Talvez alguns capítulos.

CAPÍTULO I

Artigo primeiro. É permitido não desistir nunca da vida.
Artigo segundo. É permitido sonhar os sonhos ainda não realizados.
Artigo terceiro. É permitido desabafar, quando assim o for permitido, pelos seus olhos e pela sua necessidade de lágrimas.

CAPÍTULO II

Artigo primeiro. É permitido conversar com a vida se ela se dispuser a lhe escutar.
Artigo segundo. É permitido exercer um contrato temporário, com o retorno, a fim de saldar dívidas espirituais.
Parágrafo único. É amplamente permitida a busca de toda e qualquer felicidade.

CAPÍTULO III

Artigo único. É permitido subir e descer escadas para que se possa contemplar um sol-nascente, um pôr-do-sol, ou uma lua minguante. É permitido também vestir-se de Papai Noel, (quisera ter presentes para distribuir), revogando-se todas as disposições em contrário.
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 10/07/2013
Alterado em 10/07/2013


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