ESTATUTO DA ESSÊNCIA
O meu corpo e a minha alma ainda não se encontraram mas não desistiram do encontro.
Não desistiram da minha música, muito menos da minha existência. Desistir é simplesmente ser nada. Em corpo e em espírito. Qual seria a busca? Do corpo, do espírito, da insistência de não desistir? De que eu possa fazer da minha vida um pequeno resumo, ou talvez um prólogo? Talvez alguns capítulos. CAPÍTULO I Artigo primeiro. É permitido não desistir nunca da vida. Artigo segundo. É permitido sonhar os sonhos ainda não realizados. Artigo terceiro. É permitido desabafar, quando assim o for permitido, pelos seus olhos e pela sua necessidade de lágrimas. CAPÍTULO II Artigo primeiro. É permitido conversar com a vida se ela se dispuser a lhe escutar. Artigo segundo. É permitido exercer um contrato temporário, com o retorno, a fim de saldar dívidas espirituais. Parágrafo único. É amplamente permitida a busca de toda e qualquer felicidade. CAPÍTULO III Artigo único. É permitido subir e descer escadas para que se possa contemplar um sol-nascente, um pôr-do-sol, ou uma lua minguante. É permitido também vestir-se de Papai Noel, (quisera ter presentes para distribuir), revogando-se todas as disposições em contrário.
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 10/07/2013
Alterado em 10/07/2013 |