Fernando Varela

O poeta  nada mais é do que o escravo das suas próprias palavras

Textos

UM PORRE DE POESIA
Hoje eu tomei um porre de poesia. Consegui beber todas as letras que as palavras, ansiosamente, esperavam por mim. Tentei de uma forma tão louca, encontrar o sentido da loucura. Não consegui. Tentei, então, continuar bebendo frases, concordâncias, discordâncias principalmente. E eu continuava tomando um porre de poesia. Mas a porra da poesia do porre ou o porre da porra da poesia não parava de rodar e aí eu me joguei pra fora de dentro de mim mesmo.
Tantos e quantos porres de poesia eu gostaria de tomar, se possível fosse e beber todas as palavras, podendo conjugar verbos sempre no presente, como se o pretérito houvesse sido apenas uma vaga lembrança do passado. Então me pergunto: aonde está o futuro mais que perfeito?
Hoje, quem sabe, não as letras, nem as palavras, mas as frases me convençam que é possível a formação de parágrafos de início, meio e fim da redação de nossas vidas, mesmo que seja necessário tomar um grande porre de poesia.
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 09/07/2013
Alterado em 21/04/2016


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