PARÁBOLA DE AMORES DISTINTOS
Uma é terra, chão conquistado, poeira assentada pela chuva.
A outra é chuva, terra molhada esperando a poeira. Uma já foi queda já se ralou quando criança e cresceu. A outra também já foi queda, se ralou quando criança mas continua crescendo. Uma já se escondeu, já fugiu dela mesma e a outra também. Uma é fogo, labareda riscando céus, brincando com a realidade. A outra é uma labareda criança brincando com o seu próprio fogo. Uma já entendeu o que é o amor verdadeiro. E a outra ainda se pergunta sobre a verdade do amor. Uma já se acolheu, já se redimiu, mas a outra não se permite a redenção. Uma é sorriso. A outra é dente. Uma é afago. A outra é apenas uma das mãos. Uma é beijo. A outra é silêncio. Uma se permite, mas a outra agride. Uma se lembra e a outra não se esquece nunca. A VIDA NADA MAIS É DO QUE UM PORTO INSEGURO QUE NOS ACOLHE DE UMA TEMPESTADE PASSAGEIRA
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 03/07/2013
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