Fernando Varela

O poeta  nada mais é do que o escravo das suas próprias palavras

Textos

PARÁBOLA DE AMORES DISTINTOS
Uma é terra, chão conquistado, poeira assentada pela chuva.
A outra é chuva, terra molhada esperando a poeira.
Uma já foi queda já se ralou quando criança e cresceu.
A outra também já foi queda, se ralou quando criança mas continua crescendo.
Uma já se escondeu, já fugiu dela mesma e a outra também.
Uma é fogo, labareda riscando céus, brincando com a realidade.
A outra é uma labareda criança brincando com o seu próprio fogo.
Uma já entendeu o que é o amor verdadeiro.
E a outra ainda se pergunta sobre a verdade do amor.
Uma já se acolheu, já se redimiu, mas a outra não se permite a redenção.
Uma é sorriso. A outra é dente.
Uma é afago. A outra é apenas uma das mãos.
Uma é beijo. A outra é silêncio.
Uma se permite, mas a outra agride.
Uma se lembra e a outra não se esquece nunca.

A VIDA NADA MAIS É DO QUE UM PORTO INSEGURO QUE NOS ACOLHE DE UMA TEMPESTADE PASSAGEIRA
Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 03/07/2013


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