A vida não passa de um sonho embalando a sua cria.
Mas a vida é espaço que se espreme, é vida dentro do seu próprio espaço.
A vida se exprime, se exagera, se espaça e se encontra viva.
A vida ama, brinca com ela (vida) e se ressente.
A vida sorri quando ninguém espera uma comemoração.
Mas a vida também brinda a tristeza que teimosamente não quer brindar.
A vida é como se fosse um chocolate amargo e ao mesmo tempo um doce coração de pedra.
A vida espanca numa surra pequena a delicadeza dela mesma, vida.
A vida é um templo atingível e uma oração que não termina jamais.
E a vida é uma incompreensão tão lúcida que até se duvida da compreensão das dúvidas.
A vida é um pouco de despedida e de desapego.
Mas a vida é também o silêncio que se aproxima do grito que desabafa.
A vida nunca desaba, porque não lhe pertence a queda.
A vida é um lindo romance escrito pelas vidas que nos coube escrever.
A vida é a loucura que se mede na medição do hoje.
Mas a vida perdoa e talvez busque o seu próprio perdão.
A vida é um tempo que não passa de um soluço que passou.
Mas o verdadeiro rosto da vida é o segredo guardado no coração da vida.